terça-feira, 27 de julho de 2010

C'est la vie


Todos dizem que gostariam que as coisas na vida fossem fáceis como nos filmes. Eu costumava pensar isso também. Não me lembro agora qual filme estava assistindo quando mudei de idéia, mas a questão é que eu mudei. Percebi que as coisas nos filmes não são fáceis. Não mesmo.
Você acha fácil perceber que sua melhor amiga é o amor da sua vida na semana que ela vai casar com um duque escocês na Escócia? Ou fazer uma desconhecida que quer que você dê o fora nela em 10 dias, amar você?  Ou fazer uma mulher que tem perda de memória recente se apaixonar perdidamente por você todos os dias, pro resto da sua vida? Ou querer casar com um cara que foi jurado de morte por todo o nordeste? Ou ser louca pelo homem mais cafajeste do mundo, que ganha para desmoralizar as mulheres na TV? Ou ter um romance com uma agente americana que é casada com um nazista?
A vida dos filmes é complicada demais. Tanto quanto a vida real. Só achamos que é fácil porque as histórias acabam em duas horas. Nos próprios filmes elas duram mais, no mínimo dez dias.
O problema é que todo mundo acha que tudo dá certo demais. Em parte é verdade, os casais de todos os filmes que eu citei terminam felizes para sempre. Assim parece que é simples encontrar o amor. Mas cada pessoa desses filmes já errou feio. Traiu, foi traído, chorou, brigou e ninguém apareceu com flores e um lindo pedido de desculpas. Deu errado tantas vezes quanto nas nossas vidas, ou mais. A Julia Roberts terminou sozinha, a Cameron Diaz jurou que nunca mais iria amar de novo e a Sandra Bullock comeu brigadeiro na panela num sábado à noite.
O filme simplesmente focou no momento glamour da vida dos personagens. Se não seria muito igual à vida, não traria ilusões ou esperanças. E cá entre nós, quem assistiria a um filme horrível desses?
O que eu quero dizer é que a vida é muito mais linda que os filmes porque tem erros, tem acertos, burradas e as tais esperanças. E o momento Hollywood de cada um de nós chega um dia.
Nesse dia, depois de brigar com alguém, veremos um slide show com fotos e vídeos de como éramos felizes com esse alguém e quando a música acabar ele estará na sua porta com flores, chocolate, filme, moto, guitarra ou algo assim. E aquele friozinho na barriga, o pulo e a parada do coração, o esquecer de respirar, os fogos de artifício serão muito mais altos e gostosos do que os que sentimos no filme preferido. Porque é vida real.
E então poderemos finalmente ficar com o mocinho ou fugir com o vilão e vivermos felizes para sempre at
é os créditos acabarem.

2 comentários:

  1. é verdade. eu nunca tinha analisado esse lado. a vida nos filmes pode sempre acabar bem e tal, mas a vida real é muito melhor. podemos realmente sentir tudo. amar, lutar, sofrer e no final eu tenho certeza que pra todo mundo será lindo. talvez não tão mágico e emocionante como nos filmes, mas será melhor porque será melhor.
    eu simplesmente ADOREI o seu blog. seguindo ;*

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