sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O quinto cavaleiro


Ah, essa nostalgia de morte da vida, que mostra que não era vida aquela vivida. Vida latente, de protozoário infausto, que não tem escolha se não esperar pelo ambiente propício. Longas e turvas horas de expectativas. E qual será o caminho adequado? E o destino proveitoso?
Será o apontado por Deus? Qual deles? Será o indicado pela prole, companheiros, estranhos? Todos eles? Será o demonstrado pelo poeta, filósofo, sábio? Só ele?
Ou será o meu? Não. Se fosse o meu seria nosso, e se pertencesse a mim, não seria justo, seria? Não. Se fosse minha não seria existir, seria viver. Se fosse minha não seria latente, ausente, comovente. Se fosse minha seria livre arbítrio, crepúsculo, orvalho. Se fosse minha não mandaria embora.
Talvez fosse, como de fato foi. Lentamente cavalgando, com a chegada tão urgente, porque era saída. Apareceu porque era o fim, começou na derradeira estrela, na noite extrema. Se fosse minha, essa infinda ingrata vida, não viria a mim no final; estaria em mim desde o principio.

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