segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Antes de mais nada


Ah, pra que isso tudo? Que necessidade tem esse cheiro, essa blusa, esse papo? Pra que o exagero? Nem sou tão exigente. Essa camisa meio aberta tem que ser pra eu terminar de rasgar né? E o perfume é pra eu te encher de suor. Aposto que a conversa é só pra eu te calar a boca. Porque pra melhorar tudo isso, só estragando mesmo.
Pois bem, vou acabar com você por ter acabado assim comigo. Isso eu sei fazer. Posso ter um fraco por adolescentes com caras de anjo, mas é com homens como você, com barba e mãos como as suas, que eu fico forte. Fico tão forte que te derrubo no chão, rasgo suas idéias e tudo mais ao alcance das minhas mãos, e dentes, e lábios e línguas. Viro mulher, mulher mesmo, pra fazer jus ao homem ao meu lado, ou em cima, ou embaixo, ou do jeito que a gente quiser. Digo sim, aceito me casar com você, fugir para qualquer lugar. Da cama para Roma, das escadas para a Nova Zelândia, do balcão para Babilônia, do chão para o Triangulo das Bermudas. Daqui para o céu, em poucos segundos e muitas horas, ah sim. Ainda tem essa sua voz que me acorda. E que voz.
- E ai, foi bom pra você? – rimos e respondo:
- Claro, gostei muito do jantar e principalmente te conhecer. – sorrio enquanto você estaciona na porta do meu prédio.
-Eu também adorei te conhecer. Espero que possamos repetir isso em breve. – você diz sorrindo. Depois de me encarar por eternos dois segundos, desce do carro, abre a minha porta e me acompanha até a entrada.
- Foi um prazer. – você diz com um meio sorriso, e nossa, tinha esquecido do seu olhar.
-Satisfação, - corrijo – prazer ainda vai ser.
Lá vamos nós de novo.
E embora sem a prosa não contaria a poesia, o meu desejo sempre é retomar os versos, rimas e sua estrofação perfeita.

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