quinta-feira, 4 de março de 2010

A culpa é de alguém


“Escute aqui! Vou te dar algumas informações sobre Deus. Deus gosta de observar. Ele é um gozador. Pense! Ele dá instintos ao homem. Ele lhe dá esse extraordinário dom, e o que faz depois? Eu juro, para a própria diversão, para a própria comédia cósmica particular, ele cria regras contrárias. É a maior piada de todas: Olhe, mas não toque. Toque, mas não prove. Prove, mas não engula. E, enquanto você pula de um pé para outro, o que ele faz? Ele fica se mijando de tanto rir! Ele é um sacana! Ele é um sádico! Ele é um patrão ausente! Adorar isso? Nunca!”      
O Advogado do Diabo




Realmente né? Incrivelmente contraditório. Será que a mesma criatura que nos deu essa característica linda, o instinto, o desejo, criou restrições aos próprios presentes? Eu não acho provável. Tudo no universo funciona tão cronometricamente bem, que é difícil acreditar que o Criador tenha cometido tamanha gafe.
E não cometeu. Nós criamos as regras. Não nós, eu e você. Eu nunca faria isso. Mas sim algum Estado, em alguma época da história, querendo controlar uma população esperta, livre e crítica, catalogando o que é certo e o que é errado que disse: Olha, a segunda pessoa a habitar este vasto planeta comeu uma maçã e vocês vão arcar com esse pecado pelo resto da eternidade. Maçã? Pecado? Sério? Aí as pessoas pararam de questionar e pensar, apenas seguiram, porque é sempre o caminho mais fácil.
E cá estamos nós, eu e você, pagando pela fome de uma mulher que falava uga-uga com uma cobra e tinha como companhia só um filho da puta que nem serviu para avisar que cobras são pecadoras e maçãs venenosas.

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