quarta-feira, 17 de março de 2010

Amor Inventado


A blusa era transparente, o olhar incandescente. É tudo que me lembro do antes. Quando parei para pensar, se parei pra pensar, já tinha me despido e te despido completamente. De toda roupa, olhares e risos. Todo desfile de terceiras intenções. Ali, naquele momento, a alma pedia um pouco mais de corpo. Ou vice-e-versa. A vida é tão rara.

E assim, entre beijos e arranhões, carinhos e mordidas, você me possuiu. Então, o tempo passou. Passou e parou. Não quero medir a altura do tombo porque vou despencar. E não pensaria de novo, uma segunda vez, ou terceira. Cairia quantas vezes fosse preciso pra te alcançar. Tua língua em meu mamilo, água e sal. Como é que a alma entra nessa historia? Afinal, o amor é tão carnal.

Mas, quem disse que é amor? Quem estipulou essa busca desvairada por ele? Quem o obrigou a nos acompanhar? Não quero nem saber. Só quero estar em você. Quero loucamente agora. Quero, daqui a meia hora, nem me lembrar de nós.

Meu coração tão vagabundo não bate bem. A disritmia é constante e irregular. Bateu mais forte quando ouviu tua voz, sentiu teus lábios em cada ínfima parte do corpo que já pertenceu a ele. E não mais cessou em disparar.

Não creio em santos e poetas. Creio no aqui e no agora.Nesse instante, pra rir tenho todos os motivos. E a loucura finge que isso tudo é normal. Contudo deveria ser. Se a felicidade, seja como for, não é normal, o que será? Será que temos esse tempo a perder? No fundo eu não ligo. Perguntei tanto e ninguém nunca respondeu. Logo, ligo pro aqui e pro agora. Você dentro de mim, com suas frases feitas, suas noites perfeitas. Porque é sempre só você que me entende do inicio ao fim. E se eu sou tantas, como pode você ser só um?

Viciei em querer. Em te querer, querer viver, amar, ter, ser. Seja a cura pro meu vicio. Vem comigo pra Babylon. É só o vento lá fora.


(bibliografia: musicas de Renato Russo, Zeca Baleiro, Lenine, e Cazuza)

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