sábado, 3 de dezembro de 2016

(Des)encontros




A última vez que te vi você pedia desculpas como se tivesse arrependido, mas sem coragem no olhar para assumir seus erros. 
Você gritava, talvez por mim ou por qualquer coisa que há muito não estava mais ali. 
Você nem me olhava de verdade, se escondeu atrás de qualquer bebida e nunca mais apareceu. 
Você sorria. 
Você me olhava como se nunca tivesse enxergado tanto. 
Você era cúmplice de tudo que eu queria fazer e não podia mostrar. 
Você me beijou como se fosse só mais um beijo de despedida, entre tantos que ainda trocaríamos no futuro.
 Você olhou pra gente, se virou, me olhou e viu… (o que você viu? Nem deu tempo de perguntar). Você me olhou como se não me conhecesse mais. 
Você me abraçou como cortesia, me agradeceu por educação.
A última vez que eu te vi eu sabia que não entrelaçaria meus dedos nos seus. 
Eu fiquei com vontade de te ver de novo, talvez de longe, só para não perder de vista. 
Eu não imaginava que ficaria sem seus olhos nos meus. 
Eu pensei ‘quem é você?’. 
Eu não sorria. 
Eu já tinha te perdoado há tanto tempo. 
Eu olhei pra gente, virei e te vi.
Eu fiquei sem lugar, sem chão.

Quantos últimos encontros temos que viver pra aceitar que a vida é desencontro?

Nenhum comentário:

Postar um comentário