quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Rendição



A urgência era tamanha que não cabiam em si. Pessoas com brilhos nas almas, uma ao lado da outra, mas que sozinhas seriam ofuscadas. O combustível daquela paixão era perceptível e apreciável a todos.
Sentados à mesa, se atraiam, falavam coordenados e evitavam se olhar. Esse desastre, que ocorreria algumas vezes ao longo do dia, era inevitável e arrebatador. Quando o olhar de um encontrava pelo caminho uma parte do outro, o sorriso se abria. Não qualquer sorriso. Aquele sorriso bobo, perdido, de quem acredita em fadas e papai Noel. Os segundos eram tão intensamente compartilhados e tão íntimos que constrangiam todos em volta.
Foi uma tarde de invejar os mais esforçados românticos e frustrar os mais convictos incrédulos. Talvez não sejam feitos um para o outro e provavelmente não vão durar para sempre. Mas por aquele átimo de sentimento, frasco de intensidade, que desviava olhares de objetos inanimados, vale a pena esquecer convenções sociais, orgulho, certo, errado e até caras metades.

2 comentários:

  1. "Tudo vale a pena se a alma não é pequena"!!!
    abandonar as convençoes é o mais facil :)

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  2. que coisa mais linda. sempre assim. tomara que dure para sempre e que nao seja apenas alguns momentos

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