sexta-feira, 3 de março de 2017

Querida melhor amiga,



Sabe aquele livro preferido que você gostaria de ler de novo pela primeira vez? Essa é sua chance. Cada esquina que você conhecer será nova, cada palavra nunca foi ouvida, cada olhar ainda não foi trocado. Use então aquela blusa que você sempre achou muito curta, jogue na roda aquela piada que parecia ousada demais para ser dita por você.
Pegue o travesseiro que levou na bagagem, rasgue com toda força, e quando as plumas caírem, seja o mais você que já foi. Seja tão você que nem se reconheça mais e daí se conheça de novo.
Proteja o seu coração. Eu sei que você tem o coração mais forte que mil guerreiros, mas nem todo mundo ama como você. Sua resiliência é linda de se ver, mas é sofrida de viver, e eu não vou poder mais te dar tanto colo quanto eu gostaria.
Queria que você se lembrasse, a cada pessoa maravilhosa que conhecer, que elas não chegam aos seus pés. Que quando for muito pesado para você, não se esforce para ser leve pelos outros.
Mesmo que eu tenha certeza de que tudo vai dar certo no final, haverá domingos difíceis. E quando isso acontecer, chore. Chore muito e bastante. Porque as lágrimas escorrem. Elas molham mas secam. E levam todo peso embora. Não há dor nenhuma que mereça ser carregada como âncora.
Não escute conselhos. Nem mesmo esses. Escute sua intuição. Abra bem os braços e grite ‘vem vida’. Deixa a vida vir e se jogue com vontade. Quando tiver vontade. Esse mundo foi feito para o seu abraço. E quando ele não merecer, o meu estará sempre à sua disposição.

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