A última
vez que te vi você pedia desculpas como se tivesse arrependido, mas sem coragem
no olhar para assumir seus erros.
Você gritava, talvez por mim ou por qualquer
coisa que há muito não estava mais ali.
Você nem me olhava de verdade, se
escondeu atrás de qualquer bebida e nunca mais apareceu.
Você sorria.
Você me
olhava como se nunca tivesse enxergado tanto.
Você era cúmplice de tudo que eu
queria fazer e não podia mostrar.
Você me beijou como se fosse só mais um beijo
de despedida, entre tantos que ainda trocaríamos no futuro.
Você olhou pra gente,
se virou, me olhou e viu… (o que você viu? Nem deu tempo de perguntar). Você me
olhou como se não me conhecesse mais.
Você me abraçou como cortesia, me
agradeceu por educação.
A última
vez que eu te vi eu sabia que não entrelaçaria meus dedos nos seus.
Eu fiquei
com vontade de te ver de novo, talvez de longe, só para não perder de vista.
Eu
não imaginava que ficaria sem seus olhos nos meus.
Eu pensei ‘quem é você?’.
Eu
não sorria.
Eu já tinha te perdoado há tanto tempo.
Eu olhei pra gente, virei e
te vi.
Eu fiquei sem lugar, sem chão.
Quantos
últimos encontros temos que viver pra aceitar que a vida é desencontro?
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