sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Relatividade
Caminhava os dedos por seu corpo, contornando o osso de seu quadril.
- Você tem tantas cicatrizes - sussurrou, demorando-se em uma delas.
- Há muita vida para trás - disse sorrindo, sem abrir os olhos.
- Não é tão velha assim - comentou pousando a mão acima do seu umbigo.
- É que os anos passam lentamente para mim - explicou colocando a palma da mão sobre a dele.
- Com a sua velocidade, até o vento machuca.
- E ensina. Onde você quer deixar a sua?
- Estou só de passagem.
- Olhares cruzados com estranhos na rua me marcam. O que importa é a intensidade.
- Então aqui - decidiu-se beijando suavemente a fenda entre seu pescoço e a clavícula sobressalente.
Continuaram deitados em silêncio por algum tempo. Os dedos dele passeavam divertindo-se por sua pele.
- Nossa, como é funda essa - constatou palpando uma lesão profunda logo abaixo de seu seio direito.
- Tem vento que entrega de menos e leva demais.
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Legal o texto, é de qual livro ou conto ou história?
ResponderExcluir=)
de livro nenhum, é um conto que eu escrevi mesmo e pequenininho desse jeito. praticamente todos postados aqui são originais meus, as exceções eu coloco referência ;D
ExcluirNice! Muito legal, apenas depois que postei a pergunta que vi a data do tópico, até pensei que havia abandonado o blog.
Excluir=)
muito obrigada ;D estou meio que em um bloqueio artístico, estava ocupada com outras coisas, mas espero voltar em breve...abandonar, nunca.
ResponderExcluir"Tem vento que entrega de menos e leva demais"
ResponderExcluirTodo vento sempre leva e trás muita coisa... E eu gosto de pensar que trás mais do que leva. Talvez por isso deixe marcas...
Gostei do texto.